Resenha: A sutil arte de ligar o f*da-se

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A sutil arte de ligar o f*da-se é daqueles livros que realmente chama a atenção logo no título. Com tantos livros de autoajuda sendo publicados, a narrativa de Mark Manson se destaca com uma linguagem informal, próxima e revigorante. Quer saber por que esse livro está na lista de desejados de tanta gente? Então confira a resenha de A sutil arte de ligar o f*da-se:

“Chega de tentar buscar um sucesso que só existe na sua cabeça. Chega de se torturar para pensar positivo enquanto sua vida vai ladeira abaixo. Chega de se sentir inferior por não ver o lado bom de estar no fundo do poço.
Coaching, autoajuda, desenvolvimento pessoal, mentalização positiva - sem querer desprezar o valor de nada disso, a grande verdade é que às vezes nos sentimos quase sufocados diante da pressão infinita por parecermos otimistas o tempo todo. É um pecado social se deixar abater quando as coisas não vão bem. Ninguém pode fracassar simplesmente, sem aprender nada com isso. Não dá mais. É insuportável. E é aí que entra a revolucionária e sutil arte de ligar o foda-se.
Mark Manson usa toda a sua sagacidade de escritor e seu olhar crítico para propor um novo caminho rumo a uma vida melhor, mais coerente com a realidade e consciente dos nossos limites. E ele faz isso da melhor maneira. Como um verdadeiro amigo, Mark se senta ao seu lado e diz, olhando nos seus olhos: você não é tão especial. Ele conta umas piadas aqui, dá uns exemplos inusitados ali, joga umas verdades na sua cara e pronto, você já se sente muito mais alerta e capaz de enfrentar esse mundo cão.
Para os céticos e os descrentes, mas também para os amantes do gênero, enfim uma abordagem franca e inteligente que vai ajudar você a descobrir o que é realmente importante na sua vida, e f*da-se o resto. Livre-se agora da felicidade maquiada e superficial e abrace esta arte verdadeiramente transformadora."



FICHA TÉCNICA
Título: A sutil arte de ligar o f*da-se
Autor: Mark Manson
Ano: 2017
Páginas: 224
Idioma: Português
Editora: Intrínseca
Nota: 4/5
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A sutil arte de ligar o f*da-se é um livro que já começa logo de cara quebrando algumas ideias do que um título de autoajuda geralmente promete. Mark deixa claro que não irá propor soluções mágicas, que não irá incentivar o leitor a ser extraordinário ou nenhum dos clichês habituais típicos de livros do gênero.
Mark Manson nos pega pela mão, nos empurra contra a parede e joga verdades na nossa cara no melhor estilo melhor amigo sincero. Com uma linguagem extremamente informal, sem se preocupar com palavrões bem necessários e exemplos extremamente reais, Mark conversa da forma mais franca possível, compartilhando experiências extremamente humanas e muito fácies de se identificar. Não é um livro que te dará respostas divinas e te mostrará o caminho para o futuro. Como Mark mesmo diz, esse livro vai ajudar você a pensar um pouco mais claramente sobre o que elege como importante na sua vida e o que considera insignificante.
Não é um livro que ensina a não sofrer, a ser eternamente feliz, como muitos outros tentam quase que incessantemente. Muito pelo contrário. Mark Manson afirma a todo momento que a dor é importante, é necessário senti-la e em seu livro ele ensina a usar essa dor pra amadurecer, ele ensina a sofrer e explica como não tem nada errado em não ser como a maioria. O que todos deveríamos aprender. Ele coloca o sofrimento como motivador da busca por mudança intrínseca do ser humano.


“Quer saber? Não se encontre. Nunca conheça quem você é. Porque é isso que faz você se empenhar e viver em estado de constante descoberta. Essa postura vai força-lo a ser humilde nos julgamentos e na aceitação das diferenças" p.149

O livro é uma série de bofetadas na cara, o autor cospe verdades às vezes de forma sutil, às vezes de forma abrupta. De qualquer maneira, as lições passam bem e surtem o efeito desejado: girar o botão do autoconhecimento e auto crítica, o que leva a uma reflexão que pode ir desde os níveis mais básicos como a forma como lidamos com o trânsito até o sentido da vida em si e o modo como encaramos a morte.
Mark incentiva a não esperar se sentir inspirado para começar algo. Tendemos a acreditar que estamos destinados a fazer coisas enormes e que, para isso, precisamos esperar pelo momento certo, para aquele instante em que uma inspiração incrível vai aparecer e vamos começar um projeto de sucesso. Ele dá uma dica valiosa que é agir para se sentir motivado e não procurar a motivação para agir. Fazendo um pouco todo dia, mesmo que seja um pouco considerado "medíocre" ou "ruim", é mais fácil ter ideias, se sentir inspirado e motivado a fazer aquilo que pode nos render algo bom. É uma dica importante para quem sofre de ansiedade ou se vê constantemente desmotivado.


A sutil arte de ligar o foda-se não é uma tarde deitado no divã analisando os sofrimentos mais íntimos e profundos do seu ser aos olhos de um psicólogo ou psiquiatra. É uma noite num bar com um estranho extremamente interessante refletindo sobre a vida, suas motivações, recordando memórias de infância e chegando à conclusão de que tá tudo bem não ser quem a gente achava que seria ou quem achávamos que deveríamos ser. É uma conversa honesta, com alguns palavrões, muita sinceridade e guarda baixa.
Está tudo bem não ser aquela pessoa extraordinária com conquistas inacreditáveis de tão incríveis. Não tem problema ser normal, se todo mundo fosse extraordinário, ninguém seria extraordinário de verdade. Está tudo bem não alcançar as próprias expectativas porque elas geralmente nos foram impostas, não são nossas de fato, são o que acreditamos que as pessoas esperam de nós e o que acreditamos que somos capazes de fazer. Essas reflexões deveriam ser feitas com mais frequência e por mais pessoas.
Ficou na minha cabeça uma frase em que Mark diz que "não sabemos a diferença entre uma experiência positiva e negativa" porque usamos a dor como parâmetro para definir se algo foi bom ou ruim pra gente. E nem sempre é assim. Pode ser clichê mas às vezes os piores momentos são realmente aqueles que mais nos ensinam, que fazem uma espécie de filtro naquilo que precisa ficar na nossa vida é naquilo que já não nos é mais tão útil. A forma inusitada como o autor trabalha algo tão clichê me fez refletir como nunca antes.
O último capítulo é um dos mais incríveis e me pegou de jeito. Mark começa a questionar a forma como lidamos com a morte e coloca isso como centro de tudo aquilo que comanda nossas decisões, que define nossos valores, que representa a maneira com a qual lidamos com a vida em si. Usando máximas de pensadores anteriores, ele constrói uma pequena narrativa em torno da morte eminente que observa a todos nós. É o capítulo mais sincero e honesto de todo o livro, é possível perceber como o autor abaixa a guarda e mostra um lado de si e da vida em geral mais real e reflexivo. É um capítulo que poderia render um novo livro completamente diferente.


“Tomar decisões com base apenas no que seu coração manda, sem o auxílio da razão para se manter na linha, é pedir para dar merda. Sabe quem baseia a vida nas emoções? Crianças de três anos. Cachorros. Sabe o que mais crianças de três anos e cachorros fazem? Cagam no tapete." p.43

A sutil arte de ligar o f*da-se não é o livro mais incrível do mundo, mas é uma leitura extremamente agradável, muito reflexiva e necessária para qualquer momento da vida e qualquer gênero. É um livro interessante, novo e complexo à sua maneira. Para aqueles que gostam de refletir sobre o sentido da vida e sobre algum tipo de propósito, recomendo a leitura. É daqueles para ler com uma xícara de café enquanto procura se tornar alguém melhor, mais pleno e genuinamente mais feliz.

Se você gostou da resenha e quer conhecer mais um livro incrível publicado pela Intrínseca, confira a resenha de Mindhunter!



“Ficamos mal por estarmos mal; nos culpamos por nos culparmos. Ficamos irritados com nossa irritação; ansiosos com nossa ansiedade. Qual é o meu problema? Daí a importância de lugar o foda-se. É isso que vai nos salvar, nos fazendo aceitar que o mundo é uma doideira e que tudo bem, porque sempre foi assim e sempre será." p. 16

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23 comments

  1. Eu já havia ouvido falar sobre esse livro. Eu estou me sentindo tentada a lê-lo.

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  2. Preciso muito ler esse livro!!! <3 Já é a segunda resenha que vejo e estou só amores <3

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  3. já tinha ouvido falar do livro e com a sua resenha aumentou minha curiosidade em ler esse livro

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  4. Simplesmente adorei o título e a sua resenha mostra que o livro é bem interessante....vou procurar pra comprar urgente! hahahaha

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  5. Já queria ler, agora estou mais com vontade ainda hahahahah
    Puta resenha, puta livro! Obrigada pelo conteúdo incrível!

    http://casinha193.com.br/

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  6. Bem massa a capa do livro! Gostei da resenha. Quero ler!

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  7. Eu quero muuuuito ler esse livro, já vi tanto gringos recomendando como youtubers brasileiras e sempre parece ser incrível. Eu gosto bastante desse gênero mas quando o livro tem algum diferencial, algo empolgante sobre ele, se não é só mais um entre tantos. Já está com certeza na listinha de To Be Read :))
    Beijo!

    Sorriso Espontâneo

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  8. Gostei muito do título, da resenha a capa então super criativa!
    Ainda não li ele mas já vi muitas pessoas o recomendando dizendo que é ótimo livro!

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  9. Eu gostei bastante desse livro, apesar de ter uma leitura meio demorada, ele me ensinou muita coisa. Fiz um post no blog com meus trechos preferidos <3
    http://camarguices.blogspot.com.br/2018/02/trechos-de-sutil-arte-de-ligar-o-fda-se.html

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Ninguém aqui realmente leu o livro?

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    1. Já li sim, a resenha do livro está muito boa, compatível e realmente é um livro soco na cara, porém com sensação de conversa de bar, o que o torna muito gostoso de ser lido. Recomendo!

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  12. Estou no meio da leitura e apreciando muito o que encontro, superou minhas expectativas, espero me inspirar para também ligar o foda se em alguns momentos...

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  13. Laura, muito legal a sua resenha. Ainda estou no primeiro capítulo, mas já fiquei ansioso para chegar no último, da morte, hehe.
    Acho que tem um errinho de 'corretor ortografico' aqui: " ...aqueles que mais nos ensinam, que fazendinha espécie de filtro naquilo que ..." a palavra 'fazendinha' não devria estar aqui.
    Mauro vieira
    maurovs66@hotmail.com

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  14. Já sou ansioso por vida, lendo essa resenha me deu mais vontade de aprofundar na leitura.

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  15. Estou no meio da leitura e apreciando muito o que encontro,

    UFABET

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  16. esse foi um dos livros que não gostei. vi muita gente falando dele, porém achei muito pessimista, te faz pensar naquilo como se a vida nao fosse nada.
    http://dose-of-poetry.blogspot.com

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  17. Parabéns pela Resenha!! Adorei!
    Tenho um blog, com a análise desse livro também, quem quiser conhecer: https://resenhandocomoraposo.blogspot.com/ ou no Instagram: https://www.instagram.com/resenhandocomoraposo/
    Análise de livros empresariais, motivacionais e autoconhecimento.

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  18. Nossa o livro me deu várias respostas para perguntas é ótimo!

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  19. Li duas resenhas a respeito desse livro,ele se encaixou perfeitamente no tipo de livro que eu estava a procura. Já comprei o meu, aguardando chegar...

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  20. havia lido umas 2 vezes, apesar de ter entendido o proposito do livro, ainda carregava a incerteza:
    -Sera que eu realmente compreendi o livro?
    Bom.. Agora tenho total certeza, Obrigado <3

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  21. Qro muito ler este livro achai muito interessante...

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